sábado, 5 de novembro de 2016

Coesão Textual

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Para que um texto apresente coesão, devemos escrever de maneira que as ideias se liguem umas às outras, formando um fluxo lógico e contínuo. Quando um texto está coeso, temos a sensação de que sua leitura se dá com facilidade.
Dispomos de vários mecanismos para conectar e relacionar as partes de um texto. Abaixo, citamos os principais:

1.    Coesão referencial

Alcançamos a coesão referencial utilizando expressões que retomam ou antecipam nossas ideias:
► onde: indica a noção de "lugar" e pode substituir outras palavras. São Paulo é uma cidade onde a poluição atinge níveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a palavra "cidade".]
► cujo: pode estabelecer uma relação de posse entre dois substantivos. Raul Pompeia é um escritor cujas obras lemos com prazer.

► que: pode substituir (e evitar a repetição de) palavras ou de uma oração inteira. Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, o que permitiu aos portugueses ampliarem seu império marítimo.
► esse(a), isso: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que já foi mencionada no texto. O presidente de uma ONG tem inúmeras funções a cumprir. Essas responsabilidades, no entanto, podem ser divididas com outros membros da diretoria.
► este(a), isto: podem conectar duas frases, apontando para uma ideia que será mencionada no texto. O que me fascina em Machado de Assis é isto: sua ironia.

2. Coesão lexical

Permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada utilizando-se:
► sinônimos: palavras semelhantes que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar o que o texto pretende transmitir. O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do cartola, a torcida só terá motivos de alegria.
► hiperônimos: vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro. Lucinha estava na poltrona do cinema, esperando o filme começar, quando, de repente, no assento ao lado, uma idosa desmaiou.
► perífrases: construção mais complexa para caracterizar uma expressão mais simples. A vigilância policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas às vezes agem com violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato sem a presença de elementos treinados para garantir não só a ordem, mas também proteger a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o jogo em tranquilidade.

3. Coesão sequencial

Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os chamados conectivos (principalmente preposições e conjunções). Veja os principais:
►Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por conseguinte, em vista disso. Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga.
► Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de. Ela conseguiu a vaga, já que é muito competente.
► Oposição: entretanto, mas, porém, no entanto, todavia, contudo. Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro.
► Condição: se, caso, desde que, contanto que. Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever.
► Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias.


(Disponível em: http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/coesao-textual.jhtm).

QUESTÃO


Após leitura e entendimento do nosso conteúdo, vamos pensar um pouco. . .

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1 - A fábula inumana

Em 1929, a revista Documents publica dois pequenos artigos anônimos, ambos intitulados “Homem”. Lê-se no primeiro deles: “Homem. – Um eminente químico inglês, o Dr. Charles Henry Maye, empenhou-se em estabelecer de forma exata de que é feito o homem e qual é seu valor químico. Eis os resultados de suas sábias pesquisas. A gordura de um corpo humano de constituição normal seria suficiente para fabricar sete porções de sabonete. Encontram-se no seu organismo quantidades suficientes de ferro para fabricar um prego de espessura média e de açúcar para adoçar uma xícara de café. O fósforo daria para 2.200 palitos de fósforo. O magnésio forneceria matéria para se tirar uma fotografia. Ainda um pouco de potássio e de enxofre, mas em quantidade inutilizável. Essas diversas matérias-primas, avaliadas na moeda corrente, representam uma soma em torno de 25 francos”(...) (MORAES. Eliane Robert. O corpo impossível. São Paulo: Iluminuras,2002, p. 125)

Considerando o texto acima, analise as seguintes afirmações e assinale a opção INCORRETA:

a) No título, a palavra “inumana” instaura o subentendido de que os corpos parecem não pertencer à condição humana.
b) A imagem que decompõe o homem em porções para definir “de forma exata do que ele é feito” reduz o corpo humano a um quase-nada, poucas qualidades de matéria e quantidades irrisórias.
c) De acordo com as quantidades de gordura, ferro, fósforo e magnésio, imagina-se o potencial correspondente de sabonetes, pregos, palitos e fotografias.
d) O último período deixa subentendido que o corpo humano, somando-se os elementos que o compõem, valeria apenas 25 francos, por mais ilógico que possa parecer.
e) O nome do “eminente químico” Dr. Charles Henry Maye é um pressuposto que revela a importância de um artigo escrito em 1929 para a ciência atual.


Gabarito: e) O nome do “eminente químico” Dr. Charles Henry Maye é um pressuposto que revela a importância de um artigo escrito em 1929 para a ciência atual.

Artigo - 'O Aprendizado da Leitura - Compreensão e Interpretação de Textos'.

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Leitura de um texto
Por Francisco Platão Savioli[1].

Interessa a todos saber que procedimento se adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura de um texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não existe para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe além do conhecimento linguístico propriamente dito, um repertório de informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo. A título e ilustração observe a questão seguinte, extraída de um vestibular da UNICAMP:
1 - Às vezes, quando um texto é ambígüo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto que segue:
"As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pronográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais." (Folha Sudeste, 6/6/92)
É o conhecimento linguístico que nos permite reconhecer a ambiguidade do texto em questão (pela posição em que se situa a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de frequentarem motéis.
Como se vê, a compreensão do texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também de todas as outras disciplinas sem exceção.

Três questões básicas

Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
I - Qual é a questão de que o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
II - Qual é a opinião do autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório.




[1] Francisco Platão Savioli é Professor e Autor de Português do Ânglo Vestibulares e também Professor Assistente Doutor de Língua Portuguesa, Redação e Expressão Oral do Departamento de Comunicações e Artes da ECA-USP.

A Utilidade da Língua e seus Sentidos


A linguagem é o principal recurso que a humanidade encontra para se comunicar. Essa análise demonstra a importância do uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de comunicação entre pessoas, embora haja outras linguagens como a música, os diversos tipos de arte, a dança, dentre outras. Cada pessoa percebe o mundo a sua maneira, condicionada pelos seus valores internos, sentimentos, motivações, interesses, necessidades e paradigmas. Assim, nossa visão do mundo precisa ser constantemente ajustada a partir da percepção dos outros, em nosso relacionamento interpessoal que é o melhor instrumento para uma compreensão cada vez melhor da vida e tudo que nos cerca.
A linguagem deve ser entendida como um sistema de signos que serve de meio de comunicação entre indivíduos e pode ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos simultaneamente, caracterizando-se por um sistema complexo que compõe o saber humano. A manifestação da linguagem tem como finalidade principal ocasionar alguma transformação em uma ou mais pessoas e essa transformação levar a uma ação interna e/ou externa. Essa mudança pode ocorrer ao transmitir melhor compreensão acerca de algo já conhecido (argumentação), ao comunicar nova informação ou conhecimento, mas também, quando se exercita o poder e se estimula alguém a sentir alguma emoção. Na maioria das vezes a linguagem assume todos esses papéis ao mesmo tempo.
Outro aspecto importante é a capacidade da mensagem conter originalidade. Quanto mais previsível a mensagem, menor o seu grau de informação e menor o impacto no receptor. Por outro lado, quanto maior a carga de originalidade, maior o grau de informação e maior o impacto no receptor. A geração de dúvida ou certeza também influencia no impacto junto ao receptor, considerando de uma forma genérica. Toda mensagem é formada por elementos da percepção, organizados segundo as motivações, interesses, necessidades e intenções que se interagem em um contexto sócio cultural para articulação de informações.

Atividades de Português, Literatura e Redação

Interpretação de Tirinha O Pança, de Caetano Cury.




1. Leia a tira e responda cada proposta nos comentários.

a) No primeiro quadrinho, por que a personagem Pança está tão contente?
b) Qual é a opinião do colega sobre o novo celular?
c) Qual é a função do advérbio ainda na fala do colega, ao apresentar seu celular?


REFLEXÃO

SABER ESCREVER É UM DOM?

Resultado de imagem para escrever é um domAcredito que escrever bem esteja intimamente relacionado ao ato de ler, e não ao acaso ‘dom’. Haja vista que a leitura é percebida como formadora da sociedade à medida que o indivíduo, através desta, constitui uma consciência crítica, podendo assim, visualizar o mundo por outro ponto de vista e participar ativamente de sua transformação. Esta consciência surge do processo de amadurecimento da pessoa que lê, sendo que ela se dá somente após uma postura ativa diante do texto, o que leva a uma compreensão da prática democrática de leitura de mundo.
Fica evidente que é através da leitura que encontramos o conhecimento de outras especialidades do saber, é ela a fonte inesgotável de ideias na composição de algo escrito e, por conseguinte nos torna próximos do que escrevemos como afirma o escritor francês Buffan (1707-1788), “Os nossos conhecimentos são os germes das nossas produções”.
Portanto, para produzir bem, é fundamental o ato de ler, leitura essa mediada pelo entendimento. É preciso compreender a organização das frases num determinado texto executando basicamente a compreensão das ideias, as quais se farão a partir das interpretações dos recursos, utilizados pelo autor na construção do texto, assim não é possível separar o sentido da ideia do sentido do recurso, visto que somente compreendemos uma ideia porque ela foi revelada de uma única maneira.

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Complementando o exposto a cima a professora Beth Brait demonstra em um trecho do seu artigo publicado na Revista Língua a seguinte afirmação:
“A atividade da escrita é um processo trabalhoso, exigindo de seu empreendedor bem mais que talento. Independentemente de sua finalidade, escrever requer observação, conhecimentos, vivência, pesquisa, planejamento, consciência das formas de circulação, muita paciência e, consequentemente, leituras, releituras, construção e reconstrução.” Fonte: (BRAIT, Beth. Escrever, argumentar, seduzir. Revista Língua. Disponível em: <http: www.revistalingua.com.br>).


       Assim, o importante para dominar o próprio idioma é ser capaz de executar diversas leituras de um mesmo texto. Com a prática isso se torna cada vez mais “automático” e você se tornara um verdadeiro leitor, ou seja, aquele capaz de ler, entender, analisar e interpretar um texto escrito. E, com isso, sua capacidade de escrita se ampliará enormemente. O domínio da língua e a aprimoração da escrita depende de você, pois só através da prática é que se tornará um leitor crítico, capaz de executar diversas leituras e produzir textos cada vez melhores.

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A Importância da Comunicação (Entendimento e Produção de Textos).

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       Ao tratarmos da importância da comunicação temos uma relação indispensável no que se refere à possibilidade da comunicação, a seguir:

COMUNICAÇÃO

Emissor           →        Mensagem    →        Receptor
(codificação)              ←              (decodificação)

Assim temos como necessário o código como grupo de símbolos utilizado para passar a mensagem, buscando entender objetivamente a informação que vou veicular, o que pretendo e como vou comunicar. É importante relacionar estes conceitos haja vista que ao nos comunicarmos nos direcionamos aos mais variados receptores, e precisamos ter convicção do que se fala, produzindo uma linguagem concisa, denotativa de sentido e significado real. Pois ao escrevermos algo, temos a expectativa de ser entendido pelo leitor, bem como ao nos expressarmos oralmente a um público esperamos ser atrativo ao ouvinte. Também se torna necessário saber o tempo ideal para cada informação (mensagem).
Para tanto, é preciso manter uma harmonia entre o emissor e o receptor, este último sendo a ligação principal na relação de compreensão, em entender o sentido original da mensagem e reciprocamente em poder alimentar a comunicação. Na verdade a comunicação nada mais é que o processo de expressão e recepção de idéias, e ou sentimentos, entre duas ou mais pessoas no qual se presa a qualidade e a eficiência da mensagem.