Língua Portuguesa em Foco - Leitura & Escrita.
sexta-feira, 31 de março de 2017
sábado, 5 de novembro de 2016
Coesão Textual
Para que um texto apresente
coesão, devemos escrever de maneira que as ideias se liguem umas às outras,
formando um fluxo lógico e contínuo. Quando um texto está coeso, temos a
sensação de que sua leitura se dá com facilidade.
Dispomos de vários mecanismos
para conectar e relacionar as partes de um texto. Abaixo, citamos os
principais:
1.
Coesão
referencial
Alcançamos a coesão
referencial utilizando expressões que retomam ou antecipam nossas ideias:
► onde: indica a noção de
"lugar" e pode substituir outras palavras. São Paulo é uma cidade
onde a poluição atinge níveis muito altos. [No caso, "onde" retoma a
palavra "cidade".]
► cujo: pode estabelecer uma
relação de posse entre dois substantivos. Raul Pompeia é um escritor cujas
obras lemos com prazer.
► que: pode substituir (e
evitar a repetição de) palavras ou de uma oração inteira. Pedro Álvares Cabral
descobriu o Brasil, o que permitiu aos portugueses ampliarem seu império
marítimo.
► esse(a), isso: podem
conectar duas frases, apontando para uma ideia que já foi mencionada no texto.
O presidente de uma ONG tem inúmeras funções a cumprir. Essas
responsabilidades, no entanto, podem ser divididas com outros membros da
diretoria.
► este(a), isto: podem
conectar duas frases, apontando para uma ideia que será mencionada no texto. O
que me fascina em Machado de Assis é isto: sua ironia.
2.
Coesão lexical
Permite evitar a repetição
de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada
utilizando-se:
► sinônimos: palavras semelhantes
que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar o que o texto
pretende transmitir. O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que
o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente,
com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do
cartola, a torcida só terá motivos de alegria.
► hiperônimos: vocábulo de
sentido mais genérico em relação a outro. Lucinha estava na poltrona do cinema,
esperando o filme começar, quando, de repente, no assento ao lado, uma idosa
desmaiou.
► perífrases: construção
mais complexa para caracterizar uma expressão mais simples. A vigilância
policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas às vezes
agem com violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer
campeonato sem a presença de elementos treinados para garantir não só a ordem,
mas também proteger a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o jogo em
tranquilidade.
3. Coesão sequencial
Trata-se de estabelecer
relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os chamados
conectivos (principalmente preposições e conjunções). Veja os principais:
►Consequência (ou
conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por
conseguinte, em vista disso. Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga.
► Causa: porque, pois, visto
que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em
vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de. Ela conseguiu
a vaga, já que é muito competente.
► Oposição: entretanto, mas,
porém, no entanto, todavia, contudo. Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no
entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro.
► Condição: se, caso, desde
que, contanto que. Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever.
► Finalidade: para que, a
fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. Com o intuito de conseguir a
vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias.
(Disponível em: http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/coesao-textual.jhtm).
(Disponível em: http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/coesao-textual.jhtm).
QUESTÃO
Após leitura e entendimento do nosso
conteúdo, vamos pensar um pouco. . .
1
- A fábula inumana
Em 1929, a revista Documents
publica dois pequenos artigos anônimos, ambos intitulados “Homem”. Lê-se no
primeiro deles: “Homem. – Um eminente químico inglês, o Dr. Charles Henry Maye,
empenhou-se em estabelecer de forma exata de que é feito o homem e qual é seu
valor químico. Eis os resultados de suas sábias pesquisas. A gordura de um
corpo humano de constituição normal seria suficiente para fabricar sete porções
de sabonete. Encontram-se no seu organismo quantidades suficientes de ferro
para fabricar um prego de espessura média e de açúcar para adoçar uma xícara de
café. O fósforo daria para 2.200 palitos de fósforo. O magnésio forneceria
matéria para se tirar uma fotografia. Ainda um pouco de potássio e de enxofre,
mas em quantidade inutilizável. Essas diversas matérias-primas, avaliadas na
moeda corrente, representam uma soma em torno de 25 francos”(...) (MORAES.
Eliane Robert. O corpo impossível. São Paulo: Iluminuras,2002, p. 125)
Considerando o texto acima,
analise as seguintes afirmações e assinale a opção INCORRETA:
a) No título, a palavra
“inumana” instaura o subentendido de que os corpos parecem não pertencer à
condição humana.
b) A imagem que decompõe o
homem em porções para definir “de forma exata do que ele é feito” reduz o corpo
humano a um quase-nada, poucas qualidades de matéria e quantidades irrisórias.
c) De acordo com as
quantidades de gordura, ferro, fósforo e magnésio, imagina-se o potencial
correspondente de sabonetes, pregos, palitos e fotografias.
d) O último período deixa
subentendido que o corpo humano, somando-se os elementos que o compõem, valeria
apenas 25 francos, por mais ilógico que possa parecer.
e) O nome do “eminente
químico” Dr. Charles Henry Maye é um pressuposto que revela a importância de um
artigo escrito em 1929 para a ciência atual.
Gabarito: e) O nome do “eminente químico” Dr.
Charles Henry Maye é um pressuposto que revela a importância de um artigo
escrito em 1929 para a ciência atual.
Artigo - 'O Aprendizado da Leitura - Compreensão e Interpretação de Textos'.
Leitura
de um texto
Por Francisco Platão Savioli[1].
Interessa a todos saber que
procedimento se adotar para tirar o maior rendimento possível da leitura de um
texto. Mas não se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que não
existe para ela uma solução mágica, o que não quer dizer que não exista solução
alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupõe
além do conhecimento linguístico propriamente dito, um repertório de
informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de
mundo. A título e ilustração observe a questão seguinte, extraída de um
vestibular da UNICAMP:
1 - Às vezes, quando um
texto é ambígüo, é o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe
permite fazer uma interpretação adequada do que se lê. Um bom exemplo é o texto
que segue:
"As videolocadoras de
São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a
uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as
casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pronográficas a menores de 18
anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios
sem a companhia ou autorização dos pais." (Folha Sudeste, 6/6/92)
É o conhecimento linguístico
que nos permite reconhecer a ambiguidade do texto em questão (pela posição em
que se situa a expressão sem a companhia ou autorização dos pais permite a
interpretação de que com a companhia ou autorização dos pais os menores podem
ir a rodeios ou motéis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que
essa interpretação é estranha e só pode ter sido produzida por engano do
redator. É muito provável que ele tenha tido a intenção de dizer que os menores
estão proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorização dos pais e de frequentarem
motéis.
Como se vê, a compreensão do
texto depende também do conhecimento de mundo, o que nos leva à conclusão de
que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Português, mas também
de todas as outras disciplinas sem exceção.
Três
questões básicas
Uma boa medida para avaliar
se o texto foi bem compreendido é a resposta a três questões básicas:
I - Qual é a questão de que
o texto está tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor será
obrigado a distinguir as questões secundárias da principal, isto e, aquela em
torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor não sabe dizer do que o
texto está tratando, ou sabe apenas de maneira genérica e confusa, é sinal de
que ele precisa ser lido com mais atenção ou de que o leitor não tem repertório
suficiente para compreender o que está diante de seus olhos.
II - Qual é a opinião do
autor sobre a questão posta em discussão? Disseminados pelo texto, aparecem
vários indicadores da opinião de quem escreve. Por isso, uma leitura competente
não terá dificuldade em identificá-la. Não saber dar resposta a essa questão é
um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.
III - Quais são os
argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião dada? Deve-se
entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o
leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do
autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor
acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade, entender um texto
significa acompanhar com atenção o seu percurso argumentatório.
[1] Francisco Platão
Savioli é Professor e Autor de Português do Ânglo Vestibulares e também
Professor Assistente Doutor de Língua Portuguesa, Redação e Expressão Oral do
Departamento de Comunicações e Artes da ECA-USP.
A Utilidade da Língua e seus Sentidos
A linguagem é o principal
recurso que a humanidade encontra para se comunicar. Essa análise demonstra a
importância do uso da palavra articulada ou escrita como meio de expressão e de
comunicação entre pessoas, embora haja outras linguagens como a música, os
diversos tipos de arte, a dança, dentre outras. Cada pessoa percebe o mundo a
sua maneira, condicionada pelos seus valores internos, sentimentos, motivações,
interesses, necessidades e paradigmas. Assim, nossa visão do mundo precisa ser
constantemente ajustada a partir da percepção dos outros, em nosso
relacionamento interpessoal que é o melhor instrumento para uma compreensão
cada vez melhor da vida e tudo que nos cerca.
A linguagem deve ser
entendida como um sistema de signos que serve de meio de comunicação entre
indivíduos e pode ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos
simultaneamente, caracterizando-se por um sistema complexo que compõe o saber
humano. A manifestação da linguagem tem como finalidade principal ocasionar
alguma transformação em uma ou mais pessoas e essa transformação levar a uma
ação interna e/ou externa. Essa mudança pode ocorrer ao transmitir melhor
compreensão acerca de algo já conhecido (argumentação), ao comunicar nova
informação ou conhecimento, mas também, quando se exercita o poder e se
estimula alguém a sentir alguma emoção. Na maioria das vezes a linguagem assume
todos esses papéis ao mesmo tempo.
Outro aspecto importante é a
capacidade da mensagem conter originalidade. Quanto mais previsível a mensagem,
menor o seu grau de informação e menor o impacto no receptor. Por outro lado,
quanto maior a carga de originalidade, maior o grau de informação e maior o
impacto no receptor. A geração de dúvida ou certeza também influencia no
impacto junto ao receptor, considerando de uma forma genérica. Toda mensagem é
formada por elementos da percepção, organizados segundo as motivações,
interesses, necessidades e intenções que se interagem em um contexto sócio
cultural para articulação de informações.
Atividades
de Português, Literatura e Redação
1. Leia a tira e responda cada proposta nos comentários.
a) No primeiro quadrinho, por que a personagem Pança está tão contente?
b) Qual é a opinião do colega sobre o novo celular?
c) Qual é a função do advérbio ainda na fala do colega, ao apresentar seu celular?
a) No primeiro quadrinho, por que a personagem Pança está tão contente?
b) Qual é a opinião do colega sobre o novo celular?
c) Qual é a função do advérbio ainda na fala do colega, ao apresentar seu celular?
REFLEXÃO
Acredito que escrever bem
esteja intimamente relacionado ao ato de ler, e não ao acaso ‘dom’. Haja vista
que a leitura é percebida como formadora da sociedade à medida que o indivíduo,
através desta, constitui uma consciência crítica, podendo assim, visualizar o
mundo por outro ponto de vista e participar ativamente de sua transformação.
Esta consciência surge do processo de amadurecimento da pessoa que lê, sendo
que ela se dá somente após uma postura ativa diante do texto, o que leva a uma
compreensão da prática democrática de leitura de mundo.
Fica evidente que é através
da leitura que encontramos o conhecimento de outras especialidades do saber, é
ela a fonte inesgotável de ideias na composição de algo escrito e, por
conseguinte nos torna próximos do que escrevemos como afirma o escritor francês
Buffan (1707-1788), “Os nossos conhecimentos são os germes das nossas
produções”.
Portanto, para produzir bem,
é fundamental o ato de ler, leitura essa mediada pelo entendimento. É preciso
compreender a organização das frases num determinado texto executando
basicamente a compreensão das ideias, as quais se farão a partir das
interpretações dos recursos, utilizados pelo autor na construção do texto,
assim não é possível separar o sentido da ideia do sentido do recurso, visto
que somente compreendemos uma ideia porque ela foi revelada de uma única
maneira.
Complementando o exposto a
cima a professora Beth Brait demonstra em um trecho do seu artigo publicado na Revista Língua a seguinte afirmação:
“A atividade da
escrita é um processo trabalhoso, exigindo de seu empreendedor bem mais que
talento. Independentemente de sua finalidade, escrever requer observação,
conhecimentos, vivência, pesquisa, planejamento, consciência das formas de
circulação, muita paciência e, consequentemente, leituras, releituras,
construção e reconstrução.” Fonte: (BRAIT, Beth. Escrever, argumentar, seduzir.
Revista Língua. Disponível em: <http: www.revistalingua.com.br>).
Assim, o importante para dominar o próprio idioma é ser capaz de executar diversas leituras de um mesmo texto. Com a prática isso se torna cada vez mais “automático” e você se tornara um verdadeiro leitor, ou seja, aquele capaz de ler, entender, analisar e interpretar um texto escrito. E, com isso, sua capacidade de escrita se ampliará enormemente. O domínio da língua e a aprimoração da escrita depende de você, pois só através da prática é que se tornará um leitor crítico, capaz de executar diversas leituras e produzir textos cada vez melhores.
A Importância da Comunicação (Entendimento e Produção de Textos).
Ao tratarmos da importância da comunicação temos uma relação indispensável no que se refere à possibilidade da comunicação, a seguir:
COMUNICAÇÃO
Emissor → Mensagem
→ Receptor
(codificação) ← (decodificação)
Assim temos como necessário
o código como grupo de símbolos utilizado para passar a mensagem,
buscando entender objetivamente a informação que vou veicular, o que pretendo e
como vou comunicar. É importante relacionar estes conceitos haja vista que ao
nos comunicarmos nos direcionamos aos mais variados receptores, e precisamos ter
convicção do que se fala, produzindo uma linguagem concisa, denotativa de
sentido e significado real. Pois ao escrevermos algo, temos a expectativa de ser
entendido pelo leitor, bem como ao nos expressarmos oralmente a um público
esperamos ser atrativo ao ouvinte. Também se torna necessário saber o tempo
ideal para cada informação (mensagem).
Para tanto, é preciso manter
uma harmonia entre o emissor e o receptor, este último sendo a ligação principal
na relação de compreensão, em entender o sentido original da mensagem e
reciprocamente em poder alimentar a comunicação. Na verdade a comunicação nada
mais é que o processo de expressão e recepção de idéias, e ou sentimentos,
entre duas ou mais pessoas no qual se presa a qualidade e a eficiência da
mensagem.
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